Esse é um espaço de circulação das informações, questionamentos e vivências pertencentes ao projeto de pesquisa em artes cênicas realizado na escola do Philippe Gaulier em Paris. De 10/2010 a 05/2011 farei os módulos "Le Jeu", "Clown" e "Bouffon" e em Maio, na volta ao Brasil, dividirei na prática alguns dos ensinamentos por mim absorvidos. Sejam Bem vindos!!!
"Este projeto foi contemplado pela Fundação Nacional de Artes - FUNARTE
no edital Bolsa Funarte de Residências em Artes Cênicas 2010"
no edital Bolsa Funarte de Residências em Artes Cênicas 2010"
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Bonsucesso!!!!
Achei um texto que já escrevi há uns dois anos e resolvi postar prá dividí-lo neste espaço:
Bonproveito, hehehe!!!
Num mundo em que a relação com o sucesso é tão paranóicamente distorcida e já existem até DVDs nas bancas de camelô prometendo desvendar este “SEGREDO” para que todos sejam, finalmente, bem sucedidos. Percebo que a aceitação de que somos passíveis de cometer erros e, de que estes erros são pérolas para o crescimento enquanto ser humano, coloca a nossa relação de aceitação com o fato de sermos imperfeitos e de fracassarmos, como única possibilidade de experimentar, mesmo que por tempo curto, a sensação de liberdade.
A tão idealizada liberdade não é mais que a compreensão de nossa incapacidade de sermos estes seres humanos bem-sucedidos, tão caros a esta e qualquer sociedade que coloque SUCESSO como sinônimo de felicidade.
O clown me proporciona essa liberdade não idealizada de poder ser quem eu sou (ou algo que invento que sou) e poder sempre recorrer ao nariz vermelho (menor máscara do mundo) para lembrar de acreditar que nenhuma realidade é mais real que aquela desenhada por mim no auge da minha potência criadora.
Um dia ouvi num sonho estas palavras: “A gente é o que a gente inventa pra gente”.
Perceber isso me traz uma sensação de liberdade cautelosa, eu faço as escolhas o tempo todo e é a partir delas que vai se delineando meu caminho e minha pessoa vai se inscrevendo nos espaços através da relação com o outro, vou nascendo, vou me corporificando, me mostrando para os outros e para mim mesma, pois consigo me surpreender com essa nova-velha EU.
Com relação aos apontamentos referentes a essa questão corporal, preciso abrir espaço em mim para que as coisas aconteçam, ativar minha percepção, meus sentidos, para responder ou reagir ao que está pulsando dentro e fora de mim; dentro e fora da cena.
Esvaziar para fluir. Esvaziar e confiar que mesmo deixando ir, o que é mais forte (mais presente) volta.
O que me marcou ficará inscrito no meu corpo, passará por mim algumas vezes, comunica por si só, sente, reage, age, age, age.....
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